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Figueira da Foz and Buarcos Waterfront

Figueira da Foz – Portugal

 

Improvement and Renovation of the beach and the sea of Figueira da Foz and Buarcos

Como criar uma frente marítima que seja simultaneamente uma frente urbana?
Esta foi a problemática que condicionou e conduziu as linhas mestras e orientadoras da nossa proposta. Mais do que criar um espaço de passeio, pretende-se que esse mesmo espaço crie cidade, seja cidade.
A distância sentida entre o mar e a cidade, a separação criada e demasiado vincada entre estes dois elementos, origina a necessidade sentida de aproximar a praia das pessoas, de criar espaços que sejam capazes de receber e conter os seus transeuntes. Como já referimos, partimos de uma análise morfológica e geográfica da malha urbana. Identificou-se, como mestras, as linhas que marcam a cidade e que se destacam na sua hierarquia. A partir destas ruas / linhas estruturantes, criou-se o prolongamento da malha urbana existente. Propõe-se uma nova frente que se quebra e desenvolve a partir das ruas da cidade.
Paralelamente surge a necessidade de criar espaços de estar, e de aproximar as duas realidades – a natureza com o urbano.
Propomos, assim, a construção de plataformas, de espaços urbanos que se aproximam e se apropriam do areal. Espaços interrompidos e descontínuos mas ao mesmo tempo espaços interligados e unitários.
É através da criação destes elementos construídos que ganhamos novo território urbano (identificado no esquema acima como a área a vermelho) novo espaço público. É através desta apropriação e do facto de que a mesma gera espaço e não percurso que conseguimos criar cidade, rejeitando a ideia linear e simples de um passeio.
Do desenho da malha urbana existente, da relação hierárquica do construído, da dimensão da área de intervenção surgem 7 plataformas urbanas independentes.

É nestas plataformas que se localizam os vários equipamentos de carácter singular que animam e caracterizam os vários espaços criados, e a totalidade do percurso.
Procura-se simultaneamente uma clara relação com a cidade e os seus usos aproximando e relacionando os novos usos aos existentes, exemplo disso são os novos equipamentos junto de equipamentos já existentes, ou os novos pólos de comércio e serviço junto de áreas maioritariamente residenciais.
Associados aos vários equipamentos propostos interconectando-os e relacionando-os propomos uma sobreposição de vários percursos paralelos e coexistentes que se relacionam e interligam os vários espaços da proposta.
A sua distinção deve-se não só à sua materialidade como ao próprio uso que lhe estará intrinsecamente associado.
Surgem assim vários tipos de percurso:
Percursos pedonais, em deck, que são contínuos, livres de obstáculos e no limite da intervenção construída, logo mais próximos do areal e do mar – passeio marítimo.
A linha originada por estes percursos delimita e enfatiza a área edificada da proposta. É o percurso unificador.
Uma segunda marcação no pavimento, define uma nova área de percurso, agora interrompida por elementos construídos. Esta linha conectada com o passeio anterior diferencia-se dela pois é nela que se inserem todos os equipamentos, espaços comerciais e de serviços, ou mesmo elementos de mobiliário urbano, como bancos, fontes, iluminação, entre outros – percurso construído.
Entre os dois percursos e associados aos vários equipamentos propomos a criação de áreas de esplanadas perfeitamente demarcadas e delimitadas.
Estes espaços mais do que percursos são áreas de estar que por vezes se convertem em equipamentos exteriores, como um skate park, um parque infantil, ou áreas de campos de jogos.
O espaço entre os vários percursos e as várias bolsas de estacionamento é preenchido por um extenso corredor verde comum e continuo em toda a área da proposta. Este serve de filtro para todo o ruído sonoro e visual provocado pela marginal e suas bolsas de estacionamento, tornando ao mesmo tempo, o percurso da ciclovia que o integra mais agradável.
A separação entre o percursos clicável e o pedonal, permite evitar confluências originadas pelo confronto entre as duas distintas velocidades.
Próximo da faixa de rodagem, mas independente desta propomos que se localize a via destinada ao transporte ecológico.
Ao nível do areal e junto as plataformas, propomos um percurso pedonal, também ele em deck, que se evidência pela ausência da cidade, pela inexistência da vivência urbana – passeio praia.
Directamente relacionado com a malha urbana surgem os percursos de acesso à praia. São percursos com uma forte relação física com a cidade, mas destacam-se sobretudo devido à relação e continuidade visual que criam entre eles e com a cidade.
A sua linearidade baseia-se no conceito da continuidade das ruas urbanas. Paralelamente delimitam as plataformas e dão-lhes continuidade através do areal.
É através destes elementos que chegamos à praia. Dada a sua extensão são animados por acontecimentos esporádicos próprios deste tipo de funções. Junto à área balnear propriamente dita, e quase no fim destes percursos localizam-se os apoios de praia.

Location: Figueira da Foz – Portugal
Date: 2012
Status: Finalist
Team: with AM Arquitectos